O vento que
sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram o
rosto angustiado do prisioneiro
Que encontrou
tão grande sofrimento
Ao ter presa a
liberdade, pelas celas da injustiça.
Talvez tal
prisioneiro encontre apoio
Ao chorar tarde
da noite sobre o travesseiro sujo.
Talvez o
prisioneiro encontre tempo
De lembrar os
sacrifícios feitos pela sua dignidade.
Queira então o
prisioneiro gritar:
Viva! Viva a
vida!
Viva! Viva o
tempo!
O vento que
sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram uma
linda face vaidosa
Que encontrou em
meio às oportunidades
Formas diversas
de exibir uma beleza falsa.
Talvez a face
vaidosa esconda mistérios no coração
Jamais revelados
por medo de um julgamento.
Talvez a face
vaidosa tenha receio
De desvendar
sentimentos que nunca foram expressos.
Queira então, a
face vaidosa gritar:
Viva! Viva a
vida!
Queira então, a
face vaidosa murmurar:
Viva! Viva o
tempo!
O vento que
sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram os
rostos de cada ser existente
Que passa a vida
tentando encontrar-se a si mesmo
Que gasta o
tempo buscando a verdade para ser alguém melhor,
Talvez cada ser existente se questione:
O que significa
viver a vida?
Talvez o tempo
termine
Antes que
consiga responder tal indagação.
Queiram então,
gritarem num só coro:
Viva! Viva a
vida!
Queiram então,
murmurarem em silêncio:
Viva! Viva o
tempo!
Cleitom Soares de Melo







