quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

...VIVA! VIVA A VIDA!...


O vento que sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram o rosto angustiado do prisioneiro
Que encontrou tão grande sofrimento
Ao ter presa a liberdade, pelas celas da injustiça.

Talvez tal prisioneiro encontre apoio
Ao chorar tarde da noite sobre o travesseiro sujo.
Talvez o prisioneiro encontre tempo
De lembrar os sacrifícios feitos pela sua dignidade.

Queira então o prisioneiro gritar:
Viva! Viva a vida!
Queira então o prisioneiro murmurar:
Viva! Viva o tempo!

O vento que sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram uma linda face vaidosa
Que encontrou em meio às oportunidades
Formas diversas de exibir uma beleza falsa.

Talvez a face vaidosa esconda mistérios no coração
Jamais revelados por medo de um julgamento.
Talvez a face vaidosa tenha receio
De desvendar sentimentos que nunca foram expressos.

Queira então, a face vaidosa gritar:
Viva! Viva a vida!
Queira então, a face vaidosa murmurar:
Viva! Viva o tempo!

O vento que sopra os cabelos loiros da menina
Também sopraram os rostos de cada ser existente
Que passa a vida tentando encontrar-se a si mesmo
Que gasta o tempo buscando a verdade para ser alguém melhor,

Talvez cada ser existente se questione:
O que significa viver a vida?
Talvez o tempo termine
Antes que consiga responder tal indagação.

Queiram então, gritarem num só coro:
Viva! Viva a vida!
Queiram então, murmurarem em silêncio:
Viva! Viva o tempo!

Cleitom Soares de Melo

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

...VOCAÇÃO...


Sei, tens um propósito a cada um.
Sei, que nos reservas uma missão.
Também sei, que antes de eu nascer,
Chamaste-me para ser
Um profeta do teu nome.
E ao ouvir vossa voz dentro de mim
Chamando-me a servir
Resolvi vos seguir.
 
Sei, tua mão me conduzirá.
Sei, que me mostrarás aonde chegar.
Também sei, que junto a Mãe de Deus,
Intercedendo pelos seus
Terei forças para caminhar.
E anunciar a cada coração,
O amor de Deus por nós,
A alegria de ser cristão.


Se estais no céu, eu vou voar.
Se estais no infinito, vou procurar.
Se estais no mar profundo, vou mergulhar por vós.
Pois estejais onde estiver,
Convosco eu estarei até o fim.

CLEITOM SOARES DE MELO 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

...AS FLORES DA VIDA...


“As flores são efêmeras”
Dizia o geógrafo ao principezinho.
Mas algo não se pode negar
A sua beleza, incomensurável.

Com suas pétalas tão belas,
E o seus perfumes tão agradáveis,
Chegam numa primavera,
Com um sorriso escondido.

Elas se mostram numa manhã
Com o raiar de um lindo sol.
Sempre tão cultivadas.
Sempre tão esperadas.

Todavia o tempo fecha
E o calor sede lugar ao frio.
E o jovial, ao tempo.
E a beleza, às rugas.

E é mórbida a sensação de nostalgia,
Ou das gotas chorosas que rolam pelo rosto.
Ou do suspiro melancólico da saudade.
Ou do inquieto vazio do peito...

E as flores secas, perdem sua beleza,
Às vezes ficam pretas aos olhos.
Outras vezes nem se espera por isso,
Pois é triste ver a finitude do belo.

E assim é com o caixão,
Que porta os entes queridos.
E assim é com aquela paixão,
Que arrasa o coração.

E o medo fica.
Medo do desamparo.
Medo da solidão.
Medo da decepção.

Mas o medo se faz necessário
Para encontrar dentro de si
A força que arranca o mal
De forma definitiva e aguda.

E quando enxerga-se isso
Diz a flor ao principezinho:
“É preciso que eu suporte duas ou três larvas
Se quiser conhecer as borboletas.”

Cleitom Soares de Melo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

...A DEMOCRACIA DOS FOLHETOS JOGADOS NO CHÃO...


É domingo. Mas não se trata de um domingo como os outros. Pessoas a todo momento e em todos os lugares da cidade, andam rumo aos locais onde deverão cumprir sua parte na democracia da nação. Algumas andam apressadas. Outras confusas. Rostos indignados, porém, cientes de sua obrigação ou talvez nem façam ideia do poder que têm em suas mãos.
Prosseguem andando e quando finalmente chegam ao local onde colocarão na urna as suas vontades como cidadãos brasileiros, simplesmente olham ao redor. Alguns com olhares críticos. Outros já acostumados com a sujeira espalhada pelas ruas. São milhares de folhetos jogados no chão, contendo fotos de milhares de pessoas, de supostos candidatos que serão os melhores representantes dos municípios. Folhetos que representam toda a hipocrisia dos candidatos, os milhões em dinheiro jogados fora, árvores derrubadas à toa e litros, muitos litros de água que poderiam acabar com a sede de muitas pessoas que a possuem e no entanto, não passam de folhetos imundos espalhados pelas vias públicas.
Porém, antes de entrar no local de voto algumas pessoas ainda não decidiram em quem votar. Então, parte desses indivíduos, pedem para que as crianças peguem esses folhetos, para decidir sem nem um pouco de raciocínio quais os dígitos que apertarão na urna. Contudo, outros vão e eles mesmos pegam a chamada "colinha". Será que é para isso que servem os folhetos jogados no chão?
Entram no local onde está acontecendo a votação e passam a procurar a seção eleitoral em que irão depositar em uma urna eletrônica as suas vontades com cidadãos da democracia brasileira. Alguns aguardam em uma pequena fila, outros entram, votam e pegam o comprovante de votação, constituindo assim a democracia e elegendo aqueles que fazem com que nossas praças e ruas estejam sujas e poluídas de hipocrisia e falta de comprometimento com o meio ambiente e, consequentemente com a população.
Será que realmente estamos vivendo uma democracia? Aparentemente sim. Mas a democracia apenas será feita quando tivermos bons políticos com ideais, princípios e compromissos sinceros para com o povo e também quando a população começar a selecionar o trigo do joio de forma crítica e racional, afinal é isso que nos diferencia dos outros animais, a capacidade da razão, pois "A democracia é uma forma superior de governo, porque se baseia no respeito do homem como ser racional" (John F. Kennedy).

Cleitom Soares de Melo

domingo, 30 de setembro de 2012

...HÁ PESSOAS...


Há pessoas e mais pessoas.
Com as mais diversas características.
Com os mais inconstantes sonhos.
Todavia, são pessoas.

Pessoas cheias de amor.
Pessoas com medo de amar.
Pessoas que se esgotam pela verdade.
Pessoas que enganam outras pessoas.

Pessoas que precisam ser entendidas.
Pessoas com faces cansadas pela longa estrada da vida.
Pessoas movidas pelos sentimentos.
Pessoas que se calam diante das injustiças.

Pessoas que são esquecidas.
Pessoas que são saudades.
Pessoas que são amigas.
Pessoas que são inimigas.

Pessoas que choram.
Pessoas que riem.
Pessoas animadas.
Pessoas entediadas.

Pessoas que lutam pela liberdade,
De escolher o que fazer,
Decidindo-se pela revolta,
Tempos depois encolhem se arrepender.

Pessoas que são marginalizadas
Por outras tantas pessoas.
Pessoas que são humanas.
Pessoas que são desumanas.

Pessoas que escrevem com o coração.
Pessoas que escrevem por profissão.
Pessoas que tentam fazer da vocação,
Um sentido amplo de se viver.

Que a vida não seja marcada
Por ações repetidas do dia-a-dia.
Todavia, seja ela uma grande aventura,
Capaz de ser vivida
Por alguém que ama de verdade.

Que a vida não seja marcada
Por um gesto concreto de desperdício.
Todavia, seja ela compensada,
Até a mais dolorida lágrima derramada
Por alguém que já se foi.

Que a vida seja a primavera.
Mas o verão, o outono e o inverno também.
Para que se viva em cada estação,
O sentido de todas elas existirem.
 
Pois tudo na vida tem um sentido.
Mesmo que este esteja escondido por debaixo de uma enorme rocha.
Ou que navegue com as ondas do profundo oceano.
E quem se aventurará de procurá-lo?
Há pessoas e mais pessoas.

Cleitom Soares de Melo

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

...VOCAÇÃO DE SER POETA...


Encontra-se na solidão,
A companhia certa,
Das palavras certas,
Que podem dar sentido...

Sentido a uma frase.
Sentido a um olhar.
Sentido de encontrar,
Sentido para a vida.

Encontra-se no silêncio,
A resposta certa,
Para seguir em frente,
Sem medo de cair...


E em meio a tempestades,
Que recaem sobre os sonhos,
Durante o mais belo dia ensolarado,
Encontra-se inspiração... luz...

E quando o chuvisco
Começa a cair
Encontra-se num sorriso ímpar,
Um momento para lindos pensamentos.

E quando a orquídea branca,
Com pintinhas marrons,
Exibe a sua beleza,
Alguém poderá passar horas a observá-la.

E até mesmo nas pombinhas brancas das praças,
Ou nos senhores idosos a jogarem xadrez,
Encontra-se algo diferente.
Algo que transcende a mente.

Algo com ou sem rimas.
Algo com ou sem sentido.
Algo belo e revelador.
Algo de amizade ou de amor.

Algo que transmita os sonhos.
Algo que revele os desejos.
Algo que seja saudade.
Mas sempre algo que flui.

O amor às palavras,
Flui simplesmente.
O amor às palavras,
É um dom, uma vocação de ser poeta.

Cleitom Soares de Melo

terça-feira, 18 de setembro de 2012

...JOGO DAS PALAVRAS...


Palavras jogadas ao vento
Palavras jogadas ao mar
Palavras jogadas ao fogo
Palavras jogadas ao chão

Palavras, simplesmente palavras...
Simplesmente palavras, palavras...
Alegrias e angústias expressas,
Por um amontoado de letras,
Que juntas formam palavras.

Palavras que tem por significado
Outras tantas palavras.
Palavras que querem o bem,
Palavras que querem o mal.

Palavras subentendidas
Palavras esquecidas
Jogadas às traças num velho papel
Substituídas por outras palavras
Viram fumaça cinza no céu.

Palavras, apenas um jogo,
Que expressam algum sentido...
Que não expressam sentido algum...
Que morrem nas batidas do peito...

Palavras, quem as entenderão?
Talvez todos.
Talvez alguém.
Talvez ninguém.

Cleitom Soares de Melo

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

...DOS POEMAS QUE NUNCA DECLAMEI...


Dos poemas que escrevi,
Muitos ficaram ocultos:
Segredados a um caderno antigo,
Como se este fosse o baú do tesouro de um pirata,
Escondido por debaixo da areia da praia
Onde apenas um mapa seria capaz de encontrá-los.

Dos poemas que escrevi,
Muitos tratavam da vida:
De sentimentos desprezados pelo longo tempo,
Que às vezes não se passava de um segundo,
Ou do medo do que significaria
A expressão sempre prometida: “PARA SEMPRE!”

Dos poemas que escrevi
Nenhum pertencia aos outros:
Todos eram para mim.
Por isso deveriam fazer parte eternamente
De um simples conjunto poético
Denominado: “Dos poemas que nunca declamei!”

Cleitom Soares de Melo

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