quarta-feira, 10 de outubro de 2012

...AS FLORES DA VIDA...


“As flores são efêmeras”
Dizia o geógrafo ao principezinho.
Mas algo não se pode negar
A sua beleza, incomensurável.

Com suas pétalas tão belas,
E o seus perfumes tão agradáveis,
Chegam numa primavera,
Com um sorriso escondido.

Elas se mostram numa manhã
Com o raiar de um lindo sol.
Sempre tão cultivadas.
Sempre tão esperadas.

Todavia o tempo fecha
E o calor sede lugar ao frio.
E o jovial, ao tempo.
E a beleza, às rugas.

E é mórbida a sensação de nostalgia,
Ou das gotas chorosas que rolam pelo rosto.
Ou do suspiro melancólico da saudade.
Ou do inquieto vazio do peito...

E as flores secas, perdem sua beleza,
Às vezes ficam pretas aos olhos.
Outras vezes nem se espera por isso,
Pois é triste ver a finitude do belo.

E assim é com o caixão,
Que porta os entes queridos.
E assim é com aquela paixão,
Que arrasa o coração.

E o medo fica.
Medo do desamparo.
Medo da solidão.
Medo da decepção.

Mas o medo se faz necessário
Para encontrar dentro de si
A força que arranca o mal
De forma definitiva e aguda.

E quando enxerga-se isso
Diz a flor ao principezinho:
“É preciso que eu suporte duas ou três larvas
Se quiser conhecer as borboletas.”

Cleitom Soares de Melo

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