quarta-feira, 10 de abril de 2013

...LEIA E SINTA...


Leia este escrito
Mesmo sem entender seu conteúdo,
Mesmo que as profundas palavras nele contidas
Não signifiquem nada para ti.

Leia este escrito
Como uma carta velha de um velho amigo,
Que revela segredos íntimos,
Que revela saudades aos olhos em lágrimas.

Leia este escrito
Como uma cigana lê a mão de um alguém qualquer,
Tentando desvendar um futuro,
Talvez uma consequência de um passado.

Já não sei se há sentido
Expressar os sentimentos contidos
Muitas vezes incompreendidos
Que batem com o coração.

Nem mesmo eu depois de tudo,
Consigo entender a brincadeira de roda
Que a vida insiste em fazer
Com as amarguras.

E a palavra correta a ser usada compreende-se em talvez,
Pois a incerteza cede lugar a tristeza
De nunca encontrar diante do espelho
A imagem coerente do que se construiu.

Mas ao contrário,
Encontrar destroços de um mal feito
Por tantos erros
Que se perdem no caminho.

Ora, seja o pessimismo a tomar conta do meu ser,
Ou seja, então, a esperança que desponta
De um modo falho de dizer
O que as ações já disseram uma vez.

Que despedacem o coração.
Que aborreçam a cabeça ocupada.
Que desfaleça o corajoso.
Mas um dia, que brote a rosa dourada.

Que brilhe a luz,
De uma estrela que guia para a salvação.
E que ao encontrar, tão grande mistério
Possamos presenteá-lo em adoração.

E que o esplendor de uma tempestade
Que anuncia uma injustiça cometida,
Seja o anuncio do esplendor do orvalho
Que anuncia para sempre a vida.

No dia, o dia.
No erro, o erro.
Na esperança, a misericórdia.
Na morte, a vida.

CLEITOM SOARES DE MELO

Um comentário:

  1. Nossa, não sabia que esse meu amigo escrevia tão bem...

    Gustavo Franzon

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